Saiba como explicar às crianças o falecimento de uma pessoa querida e a importância de ser sincero e saber abordar a questão. Confira!

A morte é uma realidade que faz parte da vida, mas que nem sempre é fácil de compreender e aceitar, especialmente para as crianças. Quando um familiar morre, as crianças podem se sentir confusas, tristes, assustadas ou até mesmo culpadas, sem saber como lidar com esses sentimentos. Por isso, é importante que os pais e responsáveis falem com as crianças sobre a perda de um ente querido, de maneira aberta e honesta, adaptando a conversa à idade e ao nível de maturidade da criança, para ajudá-la a entender e processar o luto de forma saudável.

Falar com as crianças sobre a morte e o luto pode ser um desafio, mas também pode ser uma oportunidade de oferecer apoio, conforto e orientação, e de fortalecer os laços afetivos. Veja a seguir algumas orientações e conselhos para abordar esse delicado tema com as crianças.

Sinceridade

Um dos aspectos mais importantes de falar com as crianças sobre a morte é ser honesto. Muitas vezes, os adultos tentam proteger as crianças da dor e da angústia, usando eufemismos como “ele foi para o céu”, “ela está dormindo” ou “ele virou uma estrela”. No entanto, essas expressões podem confundir as crianças, que podem não entender o que realmente aconteceu e esperar que a pessoa volte. Além disso, o uso de metáforas podem gerar medos ou fantasias, como o medo de dormir ou de ir para o céu, ou a fantasia de que a pessoa pode ser trazida de volta.

Por isso, é importante explicar a morte de forma simples e direta, usando palavras que a criança possa entender. É importante deixar claro que a morte é permanente, que não é culpa de ninguém, e que não há nada que possa ser feito para mudar isso. Uma forma que os pais têm de comunicar um fato como esse é dar um exemplo próprio; por exemplo, quando perdeu um animal de estimação ou alguém próximo, de quem gostava bastante.

Expressão de sentimentos

Outro aspecto importante de falar com as crianças sobre a morte é encorajar a expressão de sentimentos. A morte de um ente querido pode provocar uma variedade de sentimentos e emoções nas crianças, como tristeza, confusão, raiva, medo, culpa, solidão, etc. Esses sentimentos são normais e fazem parte do processo de luto, que é a forma como cada pessoa reage e se adapta à perda. Cada pessoa lida com o luto de maneira diferente, e não há um tempo certo ou errado para superar a perda.

Por isso, é importante reforçar que a criança tem o direito de sentir o que sente, e que não há nada de errado ou vergonhoso em expressar seus sentimentos. É essencial acolher e validar os sentimentos da criança, mostrando que você entende e compartilha da sua dor. Além de oferecer formas saudáveis e construtivas de expressar os sentimentos, como conversar, desenhar, escrever, brincar, pintar, entre outros.

Responder às perguntas

Outro aspecto importante de falar com as crianças sobre a morte é responder às perguntas. A morte é um tema complexo e misterioso, que pode gerar muitas dúvidas e curiosidades nas crianças, como “por que ele morreu?”, “como ele morreu?”, “onde ele está agora?”, “ele sente alguma coisa?”, “ele vai voltar?”, “eu vou morrer também?”, entre outras. Essas perguntas são naturais e saudáveis, pois mostram que a criança está tentando entender e aceitar a morte.

Por isso, é fundamental permanecer aberto a discussões contínuas, e responder às perguntas da criança com honestidade e clareza, sem omitir ou inventar informações. É importante também respeitar o ritmo e o interesse da criança, e não forçar ou evitar conversas. Assim como reconhecer quando não se sabe uma resposta e dizer que há coisas que nem os adultos sabem, ou que dependem da fé de cada um.

Oferecer suporte e conforto

Outro aspecto importante de falar com as crianças sobre a morte é oferecer suporte e conforto. A morte de um ente querido pode abalar a sensação de segurança e estabilidade das crianças, que podem se sentir vulneráveis, inseguras ou abandonadas. As crianças podem precisar de mais atenção, carinho e afeto, para se sentirem amadas e cuidadas, independente de tudo.

Por isso, é essencial oferecer apoio emocional, abraços, conforto e garantir à criança que ela é amada e será cuidada, independente de tudo, reforçando que a criança não está sozinha e que pode contar com você e com outras pessoas que se importam com ela, como familiares, amigos e professores. Outro fator fundamental, é incentivar a criança a participar de atividades que lhe deem prazer e alegria, como brincar, ler, assistir a filmes, pintar, entre outras.

Manutenção da rotina

Outro aspecto importante de falar com as crianças sobre a morte é manter a rotina diária da criança tanto quanto possível. A morte de um ente querido pode causar uma grande mudança na vida da criança, que pode se sentir confusa ou desorientada. A rotina diária, como horários de dormir, acordar, comer, estudar, brincar, pode oferecer uma sensação de segurança e normalidade, que pode ajudar a criança a se adaptar à nova realidade.

Por isso, é essencial manter a rotina diária da criança tanto quanto possível, sem alterar drasticamente os seus hábitos e costumes. É importante também incentivar a criança a continuar frequentando a escola e realizando as atividades extracurriculares, pois isso pode ajudá-la a se distrair, a socializar e a se desenvolver. 

Portanto, a base para que a criança lide de modo saudável com o luto é uma comunicação clara, assim como não deixar de seguir com as suas atividades, dentro do possível, pois sabemos que o falecimento de um familiar pode alterar por um tempo a rotina, fazendo com que tenhamos que nos adaptar a uma nova realidade. 
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